Com a procissão da padroeira da paróquia, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, após a missa na parte externa assistida por milhares de católicos, foi encerrada mais uma temporada festiva vivida pelos fiéis de uma das paróquias mais organizadas da cidade, também mais rentáveis, com a colaboração de obreiros dizimistas dedicados. A paróquia constrói para locação de eventos o maior salão do gênero na cidade, concorrendo com a iniciativa privada, na área de atividade estranha a de missões. Mas o que chamou mais atenção da reportagem foi a cobrança a pequenos ambulantes que aproveitaram o momento para em local público, na praça em frente a igreja, não propriedade desta, oferecer seus produtos e ganhar alguns trocados, além de vendedores de iguarias, produtos importados, idem um simples vendedor de pipocas, que não foi dispensado pelo obreiro-mor, de pagar taxas de até R$ 40 reais.
Vivemos uma nova era das imposições, inquisições? Venda de Indulgências? O que juridicamente não tem legalidade, a não ser a imposição arbitrária ou voluntária? E pela cultura do tudo aceitar porque vem de missionários e caladamente submeter-se. Quer dizer, a filantropia de que gozam os bens, atividades rentáveis, de ginásio, dos pontos do Museu Sacro, idem, estadual. Esse modelo filantrópico, isento de impostos, não dispensa nem os pequenos informais, como um simples vendedor de pipoca, que ocupa local público, não privado da Paróquia do Perpétuo Socorro, da Catedral para faturar trocados à manutenção de sua família? Em nome de Maria, mãe piedosa, de São Benedito, de Deus, tudo é aceito, mesmo à vista do grandioso acervo material econômico da Diocese!
E haja pedidos de dízimos, colaborações diversas nos eventos religiosos? Não é que sejamos apegados, no final até nós colaboramos, mas não se dispensar nem a pipoqueiros? É usura demais! Contradição estranha, também tão Bragança. Pudera! Esse é nosso modelo de ecumenismo.
O taxado. Simples vendedor de pipocas. |