J.
Brígida é militar da RRm da Marinha do Brasil, amplo conhecimento burocrático
diversos, inclusive sobre finanças, já que exerceu funções ligadas a área.
Hoje, como hobby, edita o jornal A Tribuna do Caeté, de linha editorial isenta,
dizem corajosa, independente, é o principal articulista e sua posição no jornal
mostra seu ideal e personalidade firme naquilo que defende e acredita, com
ênfase, numa virtude de quem tem compromisso com a verdade e a sociedade, como
formador de opinião. É redator e editor da Tribuna. Nos quase 71 anos mantêm-se
hiperativo, tamanha disposição para o trabalho, que diz, ser sua terapia
ocupacional, mas que procede com absoluta disposição em favor da sociedade da região
bragantina. A entrevista foi feita pelo repórter e licenciado pleno em letras
pela UFPA, Edney Santa Brígida.
Tribuna- O Sr. que conhece bem da prática política nacional/municipal,
mesmo assim, pretende ser candidato?
J. Brígida- Assim
penso, infelizmente a própria sociedade, setores conservadores, omissos são os
primeiros a admitir que a política é só sujeira. Assim, se omitindo, são
coniventes, aram um terreno fértil para que só gente descomprometida, sem
mínima consciência do que representa a palavra política, use os mandatos para
pilantropia.
Tribuna – Dizem que,
para se considerar eleito, o candidato tem que ter boa grana, para investir na
eleição. O que o Sr. diz desse argumento?
J. Brígida- É óbvio que o candidato deve ter algum recurso,
mas para o minimamente necessário para seu marketing. Entretanto, cremos que a
maioria usa dinheiro público desviado do próprio povo, de verbas públicas, ou
então advém de escalões superiores, no “tome-lá-da-cá”, patrocínios populistas,
promessas de empregos temporários ilegais, grana para cabos eleitorais. Quando
chega a Câmara vai ser um mercenário, vendido ou omisso, jamais, ainda mais se
não detiver cultura, conhecimento do mandato, vai ser cooptado por prefeitos,
em favores informais, vai utilizar o mandato para empregar familiares, lesando
os eleitores, etc. Nós queremos ser diferentes, até por vermos o que ocorre nas
últimas legislaturas.
Tribuna- Qual é a missão de um vereador?
J.Brigida- É Legislar,
ver o que é necessário para o bem da comunidade, institucionalmente, fiscal do
erário, Controlador Interno, função precípua se o edil tiver preparo ético e de
legislação atento para os recursos públicos, fiscalizar ações ímprobas do
executivo, a qualidade da saúde, educação, merenda escolar, licitações, ações
da justiça, policias, postular condições ao Ministério Público, aos Juízes,
Meio Ambiente, aferir ações dos Conselhos Municipais, cobrar o Nepotismo,
contratação irregular de temporários, Transporte Escolar, do manuseio do
próprio duodécimo pelo presidente da Câmara, neste caso, nenhum tem feito isto,
não tem acesso as prestações de contas porque não conhecem seu direito, ou são
omissos, sem moral para cobrar, sequer para que foram eleitos. A maioria cai
logo nos braços do prefeito, benefícios, empregos a cabos eleitorais,
familiares, tem gente que até constrói escolas para a comuna, no nome de
laranjas, loca ônibus para o transporte escolar, aparelhagem para eventos da
comuna, e daí por diante. Tem aventureiros que sequer conhecem a Lei Orgânica,
a Constituição Federal, a Lei de Responsabilidade Fiscal e agora a Lei de
Acesso a documentos públicos. O povo que se lixe.
Tribuna- O senhor não acha que já tem idade avançada para
esse combate?
J. Brígida: Nós devemos viver ativamente, enquanto tivermos
vida, sermos útil, não se esvaíram nossos ideais, a experiência e observação do
que ocorre no Brasil, em Bragança, nos motiva a buscarmos ser úteis à
sociedade, fazendo nossa parte, não deixamos de sonhar. Nos mantemos ativos,
isso é produto de nossa vontade de viver, com novas emoções, muita gente de
nossa idade, inclusive a Marinha, já estão borocochô, parece que esperam a hora
da morte chegar. Gostamos de desafios.
Tribuna- O senhor não está sendo pretensioso? Não vê a
realidade, o povo desacreditando em políticos?
J.Brigida: Olha, leio muito, vejo bons programas de TV, que
tem uma pá de picaretas na política, isso é verdade. Mas quando o cidadão
admite a política desse jeito que vemos em Bragança, está admitindo que somente
picaretas, com algumas exceções, gerirão nossos destinos, de nossos filhos,
netos e gerações. Quem sustenta a máquina são nossos impostos, não devemos
dar-lhes recibos de ótários. Eu conheço gratas exceções da política que merecem
respeito. No Pará atual, Anivaldo Vale, Simão Jatene, Zenaldo Coutinho,
Zequinha Marinho, Edmilson Rodrigues, Luiz Cunha, Flexa Ribeiro, Lucio Vale,
Pedro Persi, este é decente, infelizmente não tem olhadas suas qualidades,
virtudes, o que é uma pena para Bragança.
Tribuna- Algum
projeto em vista, especial?
J. Brígida- O mais
importante, seria dar dignidade ao legislativo, objeto de tanto escândalo e
rejeição do povo bragantino. Que aliás
contribui para tal, não assumindo sua cidadania, escrachar não basta,
não muda. Os bragantinos, se preciso, deveriam sair as ruas e manifestar sua
indignação pelo que lhe empurram garganta a dentro. Em democracias, o poder
emana do povo, que já derrubou ditaduras, a escravidão, Collor de Melo, o Apartheid
na África do Sul, 11 ditaduras no oriente médio. Quando Bragança se organizar,
gritar já basta, alguns picaretas que se refastelam do dinheiro publico,
através de trapaças politiqueiras, não terão mais vez. Mas o povo é o primeiro,
seduzido, votando por simpatias, parentesco, patrocínios, cavalgadas, gincanas,
empregos temporários, etc. Nem nossa campanha,
contamos com a sociedade consciente, são nosso foco, não se vendem por
sestas básicas, falsa filantropia e todo tipo de trejeitos de políticos ficha
suja. Se coerentes, não fizermos promessas falsas, não frustraremos ninguém e
encararemos os cidadãos de cabeça erguida. Porém nossa meta é fazer a diferença
em relação a política de alguns “sujimundos” locais. Só assim o mandato nos
compensaria, realizaria.